breviedades pausadas

breviedades pausadas
entre o verde o vermelho

quarta-feira, julho 25, 2007

servimos a toda história de nós

















aquilo que nos testa.
os dedos andam assoberbados.
melados de chocolate e açúcar.
há alguma saudade que estanca.
de algo de nós abdicado.
somos sempre novos dos velhos que fomos.
e há de antes o nosso já feito.
olhar pra si e revisitar o erro.
pensar em algo que nos lembra o medo.
fotos e papéis de dias antigos. saber de si efeito do ontem.
somos amontoados de feridas e hematomas.
e tu me beija a marca e diz que sara.
tua saliva fecha um qualquer que estanca.
eu sorrio só de te ver. é o brilho dos olhos que sacia a fome.
você é a fome. e o antepasto. e toda e qualquer gula a que me submeto.
penso nas tardes absolutas.
e você me fala de filhos.
quero um repetido novembro.
catalogo fotos. reescrevo e corrijo antigos de mim.
alguns apertados em portas que já fechamos.
outros carentes entre lacunas na memória.
e você enquanto impulso nervoso.
revi os ruivos, ora loiros cabelos manchados de hoje. castanhos.
revi algumas marcas que cresceram no corpo
e outras que remetem há algum espaço desocupado.
somos sempre acúmulo de histórias. resignados a memória relapsa.
hoje eu faço becaup de tudo.

Um comentário:

Clara Mazini disse...

Sempre a fome de vida, de gente, de poesia. Nunca saciados...