breviedades pausadas

breviedades pausadas
entre o verde o vermelho

sexta-feira, junho 09, 2006

alfama.

foto: olhares.com (cá entre nós, um lugar fantástico!)

Vou colocar suas cuecas para secar?
Já lhe dei de tudo.
Roupa limpa foi a gota.
A gota d’água daquilo que merece e me cabe.
De todas as liberdades, faltou-me a do “não”.
Dei lhe amor à pagar em suaves prestações.
As pilhas de jornais pelos cantos da sala,
multiplicaram-se pelos móveis, sofá e banheiro.
Nem o pão ficou sem ler as crônicas do jabor.
Devia saber, você gosta dele, quem seria mais
patético? Eu, afinal eu gostava de você. Bem,
as vezes penso que ainda gosto.
Do cheiro. Do teu cheiro impregnado no travesseiro.
Mas não te quero. Não mais morando aqui.
Por ti deixei os amigos de lado, larguei o cigarro.
Sem falar da cerveja, os bares novos que não conheci.
Em resumo perdi um gato, sim, o Nicolau.
Traído foi-se embora e nem sinal.
Me prometeu filhos com prazo de fabricação à expirar.
Para provocar ouvia gil, caetano, alto lá, mesmo.
Chorou na morte do “nhonho”, no enterro do meu tio-avô não foi.
Por essas e outras já devia ter te dado um pé na bunda.
(interrompida, reflete e responde: Sim, a essa altura já secaram, amor.)
Aonde estávamos mesmo Fulana?


Por isso sempre valerá a máxima.
“Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.”

Nenhum comentário: