breviedades pausadas

breviedades pausadas
entre o verde o vermelho

quarta-feira, junho 07, 2006

naquela sala de paredes vazias, jazia.


(...)
só na sala.
nenhum resquício de odor me atribula os pensamentos.
em silêncio, vejo atravessar o calafrio da fresta.
quem fomos por tempo demais?
estive de véu e grinalda, com o rímel já nos lábios.
pensava em toda a ruptura do presente movimento.
sonhei em lhe ver diante de mim.
todos os nossos momentos resumidos numa qualquer palavra.
faltaria em nossos vocabulários o destino da angustia.
sempre deixando de lado aquilo que não convém.
assalta o peito um ruído na porta.
os dentes enfeitam-se para a festa.
a porta ronca, estica, perturba um silêncio mórbido.
fecho-os de tanto se apertarem pelas bochechas.
respiro ausente da pressa de cometer-me um esquivo.
o odor me entranha à pele.
da solidão se ocupa a ausência de si.
oriundo dela prolifera a escassez de um outro qualquer.
numa realidade em que me faltaria tudo.
nunca me faltou à criatividade que me impede de ruir.
(...)

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