breviedades pausadas

breviedades pausadas
entre o verde o vermelho

quarta-feira, junho 07, 2006

aquele traço, curvo. em curvas.


esboço.
abre a boca e esboça aquela reação.
fecha os olhos e esboça aquele gesto.
toca os lábios e esboça todo o querer.
sente a pele e esboça o arrepio que te consome.
deixa esboço do que vivemos.
anota em traço teu último grito.
soma em linhas tortas minhas mentiras.
sublinha em caneta esferográfica, meu caminho pontilhado.
ronda meu sono, no sonho que consome desejo.
peca, estapeia, esperneia, emudece,
mas aplaude o esboço que hesita, e não nega.
olha nos meus olhos esboço dos seus traços.
sente no meu cheiro, impregnado suor da tua pele.
rasga meus bilhetes, meus percalços, uns perdões atados.
digere o café que te trouxe de pão murcho.
toca a minha mão com tua palma.
pressiona teus dedos contra a parede.
suplica amores trôpegos, alcoólatras.
sugere traçar por cima, minha linha de raciocínio.
comete a gula de alimentar-te de mim.
só mais uma vez, mas perdura na conta fiada
tuas dívidas, a pagar em prestação
assim não acabo-me antes de acabar contigo.
amor bandido. desprendido. sem amor.

Um comentário:

Nana Magalhães disse...

vou te linkar, tá?...dedos e perdura..tudo de bom! :D